sexta-feira, 2 de maio de 2008

Primeiro de Maio

Na verdade, tenho pouca coisa a dizer sobre o ato do primeiro de maio na Praça da Sé.

Posso me lembrar das seguintes coisas:

Primeiro, me entristeceu ver tão pouca gente num evento como esse. Lá praticamente só haviam representantes de partidos, movimentos sociais e centrais sindicais. Algo em torno de duas mil pessoas; duas mil, de quase onze milhões de habitantes. Cadê os trabalhadores? Será que todos foram ao show da Calypso, promovido pela CUT, ou ao show do Zezé di Camargo e do Luciano da Força Sindical? Será que eles preferem comer essa esmola cultural a ir lá se manifestar pelos seus direitos?

Não chegou a me angustiar, eu diria que foi incômodo.

Foi incômodo e, de fato, meio sacal. Toda aquela coisa de pessoas passarem xingando, polícia tentando acabar com tudo, mas tudo meio calmo e sem nenhum conflito aparente.

Gostei de ouvir a Internacional e queria saber cantá-la.

E entre as poucas coisas que ouvi do que diziam no carro de som, acho importante lembrar de uma:

Ontem foi o dia em que, no mundo todo, os trabalhadores organizaram atos e manifestações, o que deveria ser, no mínimo, um direito assegurado pelo Estado. No Haiti, os trabalhadores foram terminantemente proibidos de sair às ruas para se organizarem em torno de qualquer coisa que fosse.


Adivinhem quem estava lá para impedí-los.

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