terça-feira, 29 de abril de 2008

Olha só, eu acabei de cair de para-quedas aqui, ainda não sei de nada.
Recebi um convite, e aqui estou eu.
Bem, sem muitas apresentações agora. Vou botar aqui um poema (editado, porque não gosto dele inteiro) que considero significativo:

Ode ao Burguês
Mário de Andrade

Eu insulto o burguês! O burguês-níquel

o burguês-burguês!
A digestão bem-feita de São Paulo!
O homem-curva! O homem-nádegas!
O homem que sendo francês, brasileiro, italiano,
é sempre um cauteloso pouco-a-pouco!


Eu insulto as aristocracias cautelosas!
Os barões lampiões! Os condes Joões! Os duques zurros!
Que vivem dentro de muros sem pulos,
e gemem sangue de alguns mil-réis fracos
para dizerem que as filhas da senhora falam o francês
e tocam os "Printemps" com as unhas!

Eu insulto o burguês-funesto!
O indigesto feijão com toucinho, dono das tradições!
Fora os que algarismam os amanhãs!

(...)

Come! Come-te a ti mesmo, oh! gelatina pasma!
Oh! purée de batatas morais!
Oh! cabelos nas ventas! oh! carecas!
Ódio aos temperamentos regulares!
Ódio aos relógios musculares! Morte à infâmia!

(...)

Fora! Fu! Fora o bom burguês!...


Marília

 


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