segunda-feira, 29 de dezembro de 2008

um outro (e triste) ponto de vista

Até agora, me parecia unânime a alegria que gera a iminente saída do Bush, independentemente das opiniões acerca de seu sucessor.
Pois é, parecia, mas não é. Dando uma lida no arquivo do blog Pé na África , me deparei com uma notícia curiosa, pra não dizer desalentadora.
Parece que por lá a opinião é outra...



Na África, Bush deixa saudade

Agora que George Bush tem tempo sobrando para pensar sobre seu futuro, tenho uma sugestão a fazer. Peça asilo na África.

Entre os africanos, a unanimidade entre os analistas de que uma das piores presidências da histórica norte-americana chega ao fim é uma idéia absurda. Parece cômico, mas a África ainda se entusiasma com Bush, e lhe concede índices estratosféricos de popularidade.

Em junho do ano passado, o Pew Research, um dos principais centros de pesquisas de opinião do país, fez um grande levantamento em 47 países que incluiu uma pergunta sobre a confiança que tinham em George Bush.

Está aqui: http://pewglobal.org/reports/pdf/256.pdf

Os cinco primeiros colocados foram todos africanos: Na Costa do Marfim, inacreditáveis 82% dos entrevistados disseram ter muita ou alguma confiança de que Bush faz a coisa certa nas relações internacionais. Em seguida vieram Quênia (72%), Gana (69%), Mali (66%) e Nigéria (62%). Israel, considerado um dos mais tradicionais aliados do EUA, aparece em sexto, com 57% de confiança em Bush.

Apenas como comparação, na Turquia míseros 2% dos entrevistados disseram ter alguma confiança no presidente norte-americano. Na França foram 14%, na Rússia 18%, na Alemanha 19% e na China 31%. No Brasil, 17%.

Bush é genuinamente popular em várias partes da África (a foto abaixo, da Getty Images, é de um evento na Tanzânia).

Alguns meses atrás, vendo um videoclipe numa TV tanzaniana, imagens de arquivo de sua visita ao país eram mostradas enquanto um grupo de senhoras cantava músicas tradicionais. Em Ruanda, o presidente Paul Kagame tem uma política deliberada de se afastar dos franceses e belgas e se abraçar com americanos e britânicos, que inclui uma relação estreita com Bush. Na vizinha Uganda, Bush e o presidente local, Yoweri Museveni, são “cristãos renascidos” e se dizem irmãos espirituais.

Há inúmeros outros exemplos: no Quênia, Congo, Libéria e Costa do Marfim, sobram agradecimentos pelo papel dos EUA na resolução de conflitos internos. Em Darfur, não se esquecem que foi o governo Bush o primeiro a reconhecer que naquela região do Sudão pratica-se “genocídio”. Mesmo junto ao regime central sudanês há algum crédito: os EUA foram os principais patrocinadores do fim da guerra civil de duas décadas com rebeldes no sul do país.

E há o combate à Aids e à malária. Bush despejou dinheiro para combater as duas epidemias mais graves do continente. Triplicou o montante anual para US$ 9 bilhões de ajuda humanitária. “Espero que ele seja lembrado pelo aumento da assistência ao desenvolvimento para a África após um período de décadas em que essa verba se manteve estável”, disse a secretária de Estado norte-americana, Condoleezza Rice, recentemente, à agência Associated Press.

Muito desse dinheiro vem com condições, no entanto, agregado a programas que promovem abstinência sexual e fidelidade, em vez de camisinhas. É o caso de Uganda, por exemplo, em que a influência religiosa é muito grande. Na foto abaixo, um adesivo que estimular jovens a "manterem a promessa" de fidelidade. Reparem no símbolo do Usaid, a agência humanitária norte-americana, no canto direito inferior.

E como fica a relação dos africanos com Obama? O novo presidente parte com uma grande vantagem, um grande risco e uma grande oportunidade.

A vantagem é a imensa simpatia dos africanos com o democrata, que vai lhe dar um colchão bastante duradouro de boa-vontade para suas políticas.

O risco é ele desmantelar de uma hora para outra o que Bush construiu em solo africano, sob o argumento de que não condiz com sua ideologia, principalmente no que se refere ao combate da Aids.

A oportunidade é avançar mais. Bush não foi longe o suficiente para liberar os mercados de seu país para produtos africanos, por exemplo.

Mas se há um consolo para o desmoralizado presidente que sai, está na África. Ali, ele até pode caminhar na rua de cabeça erguida. Cercado de seguranças, claro.



Beijos ao enorme contingente de leitores do nosso blog. (hã, hã, pegaram o trocadilho?)

2 comentários:

Ana Morbach disse...

ei!!!! eu leio... (hahahahahahahahahahahahahhahahaha)

Lucas... disse...

Olá Guerrilleras... permita-me chamalas dessa forma.

Adorei este post muito bom, eu ñao tinha idéia de tal "popularidade"..

hahahaha

pesso a vocês que visitem o meu =)

http://ideianossadecadadia.blogspot.com


e quanto ao enorme contingente de leitores, isso é normal......hahahah

 


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