sexta-feira, 9 de abril de 2010

PELEGADA SINDICAL É CONTRATADA PARA FAZER ATO PRÓ-IMPERIALISTA CONTRA CUBA

Por Valério Paiva, para a revista Caros Amigos



  Na véspera da audiência pública do chanceler Celso Amorim na Comissão de Relações Exteriores do Senado sobre a política externa brasileira, no último dia 06 de abril, o Consulado Cubano e os órgãos de imprensa receberam um realese da União Geral dos Trabalhadores (UGT), anunciando que iriam organizar um ato de suposta “solidariedade ao povo cubano”, em frente ao Consulado de Cuba em São Paulo. Além de causar estranhamento a manifestação organizada pela  UGT,, a convocatória do ato, que foi repercutida favoravelmente no site da revista Veja, indica que se trata de um apoio direitista ao movimento das “Damas de Branco”, incentivado pela comunidade gusana em Miami para buscar apoio internacional no isolamento de Cuba.
 Em menos de 24 horas, várias entidades se articularam junto ao Movimento Paulista de Solidariedade à Cuba e convocaram para um ato de defesa do povo cubano contra a manifestação direitista da UGT. Mesmo com a surpresa e a dificuldade de mobilização, em pouco tempo, na manhã de quarta-feira, dia 07, cerca de 150 ativistas de inúmeras organizações e movimentos sociais se colocaram na calçada em frente ao Consulado de Cuba em São Paulo, em Perdizes.
 Estavam presentes, em solidariedade à Cuba, representações de diversos partidos e organizações da esquerda, de apoiadores explícitos aos mais críticos ao regime do Partido Comunista Cubano, como o PSOL, PCB, PT, PCdoB, Liga Estratégia Revolucionária, PCR, Consulta Popular e PCML, alem da CUT, Intersindical, CTB, Uneafro, MST e vários ativistas dos direitos humanos, como o vereador Jamil Murad (PCdoB), o advogado Aton Fon Filho e representantes do mandato do deputado estadual Raul Marcelo (PSOL). Todos militantes defenderam a revolução e atacaram  o imperialismo norte-americano que ameaça a soberania do povo de Cuba.
 ATO FACTÓIDE, CENTRAL FANTASMA
 A UGT chegou pouco depois, com pouco mais de 300 pessoas ligadas aos sindicatos dos Comerciários e dos Padeiros de São Paulo. Com exceção dos líderes, ninguém ali sabia os motivos da manifestação. Manifestantes pagos, que estariam recebendo entre R$ 50,00 (as mulheres) e R$ 100,00 (os homens) e não escondiam que estavam ali “trabalhando”. Alguns chegavam a falar frases como “não estou nem ai para Cuba e sim para o meu bolso”. As mulheres estavam vestidas com as camisetas brancas distribuídas pela UGT,e seguravam uma rosa vermelha representando as “Mulheres de Branco”. E os homens, conhecidos como “bate-paus”, vieram para fazer provocações, criar tumulto e agredir os defensores de Cuba,que estavam no outro lado, na calçada do Consulado.
 A Policia Militar interviu para garantir a integridade do corpo consular, usando muitas vezes a força para separar os bate-paus que tentavam atravessar a rua, invadir a calçada do Consulado e agredir os ativistas defensores de Cuba. Gás pimenta chegou a ser usado pela força policial, enquanto fechava o trânsito da residencial rua Cardoso de Almeida, provocando trânsito na região.
 Como a UGT não faz greve nem nenhum movimento de luta em defesa dos trabalhadores, os pelegos organizadores do ato contra Cuba foram pegos de surpresa e não souberam reagir ao  contra-ato. O comerciante Ricardo Patah, presidente da UGT, e o burocrata ressuscitado Canindé Pegado, secretário geral dessa central, e o presidente do Sindicato dos Padeiros Chiquinho Pereira, ordenavam que os “manifestantes de aluguel” provocassem e atacassem os ativistas pró-Cuba.
 Enquanto ocorria o ato durante a manhã, a assessoria de imprensa da UGT se apressava a espalhar nota na imprensa dizendo que um ato pacífico ocorria sem nenhum tumulto no consulado cubano. Nada mais mentiroso. Por volta do meio-dia, o ato terminou como se tivesse terminado algum expediente, com a explícita distribuição do pagamento aos contratados e aos pate-paus na frente de todo mundo, com direito à exibição de notas por parte de alguns dos supostos "manifestantes”.
 Como a UGT é a herdeira direta do peleguismo clássico das velhas confederações, derrotadas na reorganização sindical no final dos anos 1970 – vários de seus dirigentes são filiados ao PSDB, DEM e PPS – e não se preocupa em lutar  e nem defender os trabalhadores nem do Brasil, muito menos de Cuba, fica uma dúvida. Qual era o verdadeiro interesse da UGT? A quem estava servindo e repassando o dinheiro para o teatro das “Mulheres de Branco” acompanhada dos bate-paus? Aliado ao depoimento de Celso Amorim no Senado, há uma grande desconfiança de que o ato foi encomendado pelos setores direitistas, com direito à agentes se passando por repórter fotográfico.
 Com o fim da “manifestação pró-imperialismo”, o Cônsul de Cuba em São Paulo, Carlos Trejo, abriu as portas do consulado para os ativistas, que foram recepcionados pelos funcionários do corpo consular e saudados pelos representantes da República de Cuba.

4 comentários:

Maria Cecília Silveira disse...

oi Ana gatona!!! Nem sabia que tinha esse blog....beijo, saudades

QUÍMICA CONTEMPORÂNEA disse...

ola guerrilleras! no meu blog tem um documentario sobre cuba em postagens mais antigas que se chama "hechos no palabras" baixem e assistem é interessantíssimo!
até!

Anônimo disse...

Ótimo post, parabéns

Dicas para Desenvolvedores:
devdicas.blogspot.com

João Maria Ludugero disse...

Eu venho te convidar a visitar meu blog de Poesias. Se gostar e quiser me seguir, vou gostar de ter seus coments. Felicidades e saúde! Já te sigo com alegria. Abraço iluminado, João, poeta.
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Até mais!

 


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