quinta-feira, 18 de março de 2010

"Tornar-se gay é como aprender a fumar"

 Entrevista chocante com deputado de Uganda sobre homesexualidade....

 diretamente do blog Pé na África

"Tornar-se gay é como aprender a fumar"

CAMPALA (UGANDA) – Abaixo, está a íntegra de minha entrevista com David Bahati, deputado do partido governista em Uganda, autor de um projeto de lei que tem grandes chances de ser aprovado e prevê a criminalização da homossexualidade (leia post anterior).

Uma parte já saiu numa reportagem minha na Folha de S. Paulo, mas aqui segue toda a conversa que tive com ele na semana passada.

Uma das penas previstas, para “homossexuais seriais”, é pena de morte. Também pede morte para o gay que tiver relação sexual com um menor de 18 anos ou deficiente físico.

Bahati não é apenas um radical isolado. Sua posição é sintomática de um fenômeno que cresce na África, o da homofobia. Leia e tire suas conclusões.

NA ÁFRICA - Por que a família tradicional de Uganda está sob ameaça?
DAVID BAHATI - Nossa tradição diz que a família é chefiada por um homem e uma mulher. Se nós não protegermos isso, há o perigo de termos famílias chefiadas por dois homens, ou duas mulheres. Temos nossos valores. Isso não inclui a homossexualidade. Nós acreditamos que a pessoa não nasce com isso. É algo que é aprendido, e tudo que é aprendido pode ser “desaprendido”. É como aprender a fumar. Eventualmente, se torna um vício. As pessoas aprendem a abusar das drogas.

NA ÁFRICA - O sr. está dizendo que as pessoas ficam viciadas em homossexualidade?
BAHATI - As pessoas aprendem [a serem gays] e ficam viciadas nisso.

NA ÁFRICA - E é possível “desaprender” a ser homossexual?
BAHATI - Elas podem “desaprender”, podem ser curadas.

NA ÁFRICA - O sr. diz isso baseado em quê?
BAHATI - Há muita evidência disso. Há cientistas que estudaram isso.

NA ÁFRICA - O sr. pode citar um?
BAHATI - Há um sueco, que investiu muito dinheiro no estudo disso. Mas há outro ponto: se você é homossexual, você tem três vezes mais chances de contrair HIV do que um ser humano normal.

NA ÁFRICA - Quem diz isso?
BAHATI - Pesquisas sobre a Aids. Além disso, a homossexualidade pode reduzir a expectativa de vida em quase 20 anos. Você pode destruir seu reto. Alguns precisam usar fraldas, como crianças.

NA ÁFRICA - O sr. também tem evidência científica disso?
BAHATI - Há evidência abundante. Você pode pesquisar em qualquer boa biblioteca, na internet.

NA ÁFRICA - O sr. pode me dar o nome de um cientista?
BAHATI - Posso te mandar depois. Não tenho aqui agora.

NA ÁFRICA - A vida sexual não deveria ser uma questão privada?
BAHATI - Em Uganda, há uma tendência que ameaça nossas crianças. Vemos pessoas usando dinheiro para recrutar crianças em escolas e promover uma agenda de homossexualidade. Qualquer sexo entre homem e homem não é sexo, é abuso do sexo.

NA ÁFRICA - Muitos países avançados vivem bem tendo gays, como EUA, Canadá, países europeus. A sociedade deles não parece ameaçada. Por que seria diferente em Uganda?
BAHATI - Não é certo que o tecido moral dos EUA, Reino Unido ou África do Sul esteja bem. Não está. Foi totalmente destruído.

NA ÁFRICA - Por quê?
BAHATI - Se o homem se desvia do caminho para o qual Deus o criou, há algo de errado. Deus nos criou para nos casarmos e para a procriação. 


NA ÁFRICA - Por que o sr. incluiu a pena de morte para alguns casos?
BAHATI - Essa é uma proposta ainda. O ponto-chave é focar no princípio do projeto. O ponto é: a homossexualidade é correta?

NA ÁFRICA - Quando o sr. pede pena de morte para “criminosos seriais”, quem define o que é isso?
BAHATI - É uma pessoa que já foi condenada por homossexualismo. É um cara mau.

NA ÁFRICA - Mas pena de morte?
BAHATI - Vamos focar no núcleo da proposta. Homossexualidade é um direito humano? Nós acreditamos que não deve ser.

NA ÁFRICA - Também se prevê pena de morte para quem administrar alguma substância “estupefaciente” a alguém antes de ter relação homossexual. Tomar uma cerveja antes do ato conta?
BAHATI - Estamos falando aqui sobre drogas específicas. Cerveja é droga?

NA ÁFRICA - Mas aqui se fala em “coisa” que cause esse efeito. Cerveja é uma “coisa”...
BAHATI - A lei será seguida pelo governo de maneira razoável.

NA ÁFRICA - Prisão perpétua para a prática da homossexualidade não é um exagero?
BAHATI - O que não seria duro demais? Que punição você daria para alguém que está tentando destruir nossas crianças?

NA ÁFRICA - Essa lei não pode ser usada de maneira abusiva? Bastará “acusar” alguém de homossexualidade...
BAHATI - Não temos história de abusar da lei.

NA ÁFRICA - Mas pode acontecer uma caça às bruxas...
BAHATI - Uma caça às bruxas acontece só quando alguém está fazendo algo certo. Se alguém está fazendo algo errado e é preso por um cidadão na rua, isso não é caça às bruxas.

NA ÁFRICA - O seu projeto defende abertamente a censura.
BAHATI - Sim. Nossas crianças devem acessar informação em TV, ou na internet, livre de conteúdo homossexual.

NA ÁFRICA - Quem define o que é isso?
BAHATI - O Estado deve estabelecer o que é bom ou mau.

NA ÁFRICA - Isso não é um retrocesso?
BAHATI - Não há liberdade absoluta. Mesmo o vento sopra numa direção.

NA ÁFRICA - Um jornalista em Uganda poderia escrever uma matéria num jornal sobre a Parada Gay de São Francisco?
BAHATI - Não, porque seria mostrar um lado positivo dos gays.

NA ÁFRICA - Mas seria apenas relatar que houve a parada. Não dizer que é algo bom, apenas relatar um fato.
BAHATI - Mas qual a razão para isso? Nada dessa bobagem será autorizada.

NA ÁFRICA - O seu projeto será aprovado?
BAHATI - 95% da população de Uganda é contrária à homossexualidade. Os deputados representam as pessoas. Temos apoio suficiente no Parlamento.

NA ÁFRICA - E o presidente?
BAHATI - Sei que o presidente não apoia a homossexualidade.

NA ÁFRICA - O que o sr. achou da reação internacional, inclusive do presidente Obama?
BAHATI - Temos grande admiração por Obama, mas não acredito que promover homossexualidade é a mudança que procuramos. É o mau que devemos combater. Os países desenvolvidos têm valores duplos. De um lado promovem democracia, de outro sufocam democracia. Esse projeto está passando por um processo democrático.

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